dezembro 26, 2008

Um dia

Estimativas da População no dia 25/12/2008

Somos agora no Brasil: 190.410.988 habitantes.

Somos agora no Mundo: 6.745.714.137 habitantes

...

No Paquistão os Talibãs proibem que meninas frequentem escolas

No Brasil vivemos em estatísticas pelos estados no ranking da violência contra a mulher.

Enquanto isto caímos, morremos e morremos e por cruel ironia pedimos ajuda para aqueles que nos abatem.

Assim encerraremos este ano de 2008 e em 2009 não será diferente se nós mulheres não nos unirmos e não nos posicionarmos com energia, coragem e persistência pelos direitos a que temos direito.

Um dia perceberão que somos em maior número e mais resistentes ao sofrimento e então o extermínio terá fim e as posições serão alteradas

Ana Maria C. Bruni

Video no Itacare News

www.territoriomulher.com.br

Os Favoritos da Violência

Assistir a um dos programas ditos "jornalísticos" na faixa das 17 às 19horas, na nossa TV aberta, é experimentar muito mais o efeito provocado pela dramaturgia do que pela vida real. A não ser que o sujeito esteja drogado, ninguém sai às ruas com aquele olhar frenético adotado pelas câmeras desses policialescos. Nem conversa com as pessoas naquele tom indignado, repleto de interjeições, usado por seus apresentadores e repórteres. E, mesmo quem testemunha um crime ao vivo, por maior que seja seu estado de choque, não terá direito às trilhas sonoras de suspense que embalam o Repórter Cidadão, na RedeTV!, o Cidade Alerta, na Record, e o Brasil Urgente, da Band.A vida enfocada nesses programas não é bem como ela é; é dramatizada como nos melodramas, sempre a pedir uma lente de aumento, uma caricatura da realidade. Não que os casos ali apresentados não tenham de fato ocorrido, mas o número de desgraças por segundo exibidas em todos esses produtos e a forma como são relatadas na tela só dão ao telespectador a sensação de que é ele quem está sob ameaça de prisão, em cárcere privado.

Leia mais de Cristina Padiglione do estadão

...

Sim, apesar de tudo que passei a violência ainda me choca!
E me chocará sempre, a crueldade, a hipocrisia, a traição, os psicopatas!
Sim, fico chocada com os programas e pela maneira que são apresentados
Sim, fico chocada com as Favoritas da Morte

Em pleno Natal o ápice da violência, da psicopatia desenfreada, da traição, dos crimes em todos os lares das famílias brasileiras

Estamos sendo vampirizados, com anestesias coloridas entre comerciais. Sedentos de sangue nos transformam em zumbis cultuando a violência, nos programando a indiferença.
Por isso os criminosos agem, os que poderiam ir contra eles vivem no torpor e morrerão nele.
São muitos crimes, catálogos de nomes que se foram. De maneira vertiginosa sucedem os crimes físicos e morais e nos fazem viver em transe até quando nos atingem diretamente então tentamos apelar para outros como assim tentaram fazer conosco sem exito

Quando falamos de vida dizem ser baboseiras!

Minha Farinha é de outro saco e com certeza não é destas terras!
 
No Itacare News

Ana Maria C. Bruni

dezembro 22, 2008

Pacem in Terris

Neste Natal

 

Que se comemore a vinda do Filho de Deus e

não se troque somente presentes que nada importam ao Pai.

 

Que se louve Maria, mãe do Filho de Deus e José seu pai na terra.

 

Que nossas oferendas a Deus, sejam nossos atos imbuídos de amor,

na demonstração de solidariedade, ajuda aos desafortunados e  sofredores,

no desprendimento conosco para o auxílio aos outros,

na preservação de nossa terra, água e ar,

na retidão dos princípios de uma sociedade sadia,

no propósito de paz, lutando corajosamente contra a violência e injustiças.

Na revelação de nossa sinceridade para os desígnios Dele.

 

Que os homens e mulheres façam seu compromisso com Ele ou,

o refaçam.

Ele saberá  perdoar e orientar seus filhos e filhas  desgarradas.

 

Que sejam proferidas palavras sinceras e,

que estas se tornem em ação de construção futura

para um mundo melhor.

 

Que entendamos que fazemos parte de um todo e

não somos um ou uma e sim todos e todas parte do Pai.

 

Que  cumpramos seus mandamentos e,

não finjamos que Ele não percebe nossos erros humanos.

Que não subestimemos ao Pai e  

não dobremos os joelhos se nossos atos não forem puros.

 

Que não esperemos que chegue o final dos tempos para

alcançarmos Sua graça.

 

Neste Natal vamos dar o primeiro passo,

para fazer o bem prevalecer,

para a verdade transparecer,

para sermos corajosos e corajosas perante adversidades,

para enfrentarmos os perversos e os maus

para sermos generosos  e generosas com os pobrezinhos de corpo e mente.

 

Para  podermos dizer

" Somos filhos de Deus e irmãos de Cristo "

 

Para  podermos dizer

" Somos filhas de Deus e irmãs  de Cristo"

 

Ana Maria C. Bruni

  

Território Mulher

 www.territoriomulher.com.br

Não nos leve a mal

Olha não nos leve a mal

Daqui a alguns dias estaremos comemorando seu nascimento

Daqui a poucos meses faremos de conta que choramos Sua morte.

Assim fazemos há tantos anos

Como rotina de tradições

Não nos leve a mal,nem isto merecemos.

Se não tiver nada melhor para fazer só observe.

estes dias...

 

Também recomendo que não nos procure analisar.

Não vale a pena e sinceramente sabemos que não prestamos

Mas validamos nossa pretensão de sermos melhores

E nos denominamos Filhos do Pai

Infelizmente vai ter de nos aturar como irmãos

 

Mas não nos leve a mal

Somos clones de seres infectados por vírus,

Que hipnotizam os fracos como nós

Só fazemos de conta que seguimos Seus 10 mandamentos

Quando muito unzinho! Para constar e figurar!

Não será depois de 2.000 anos sem escutar Sua Voz que nos tornaremos diferentes.

 

Não nos leve a mal, somos tão indiferentes a tudo e a todos que como já dissemos:

Não vale mesmo a pena!

Se eu fosse você nem receberia nossos parabéns!

Afinal Te crucificamos!

Não vale a pena nem fingir que acredita em nossa sinceridade

Queremos mesmo tudo vermelho neste mais um Natal.

Nossas mesas egoístas, nossas vestes e bocas vermelhas

Vermelho de sangue, de lutas, de bandeiras com foices, de rebeliões

Queremos mais sangue. Sangue de feridas, de cios, de cor que inflama paixões e devassidões.

 

Teu sangue não nos saciou, aliás não nos leve a mal mas somos insaciáveis!

Olha se eu fosse você nos mandaria uma bola vermelha bem grande, de lá de junto ao Pai

Mas não nos leve a mal, somos tão perversos que sabemos que Você não fará isto, só tentamos disfarçar nossa hipocrisia e ver se nos envia uma estrela na Sua vã esperança que encontremos a paz.

Desabafo de Policial

Parabéns pela visão da estrutura administrativa que o estado finge nos dar, porém faz questão de nos iludir, sou policial civil de ilhéus e sei como está a cidade de Itacaré, estamos lutando para que um dia possamos atender o cidadão com dignidade, más é muito difícil até dentro de nossa policia existem muitos interesse pessoais envolvidos, como vc mesmo mencionou nossas autoridades querem somente o poder a qualquer custo, e o cidadão comum, aquele que têm sua casa arrombada, ou seu celular furtado sequer é bem atendido, sabe porque? não irá dar manchete, muito menos apoio politico, pura ilusão, hoje a população está esclarecida, e sabe quem realmente quem está do lado do cidadão. Nós policiais estamos em greve, e o governo do estado acha tudo normal, e inclusive vende a imagem que na bahia é tudo seguro, pura ilusão o turista vem uma vez e não volta, se sente iludido com uma suposta tranquilidade. acredito numa sociedade unida e lutando por uma qualidade de vida melhor, para isso teremos que nos sentirmos assistidos pelo poder público. As situações das delegaciais chegou ao limite, onde no Estado sempre foi dado o famoso "jeitinho", pois está função de custodia de preso é do judiciario e através do sitema penal, e agora não iremos mais fazer este favor para o judiciário, desculpe pelo desabafo
 
No Itacaré News,A REALIDADE INFERNAL NO PARAÍSO DE ITACARÉ 1 Comentário Desabafo de policial

A REALIDADE INFERNAL NO PARAÍSO DE ITACARÉ 1

REBELIÃO DE PRESOS NA DELEGACIA DE ITACARÉ
A situação conforme notícias:

A Policia Civil continua em greve.

O delegado regional, Moisés Damasceno, disse que com os agentes civis em greve só pode contar com a Polícia Militar no trabalho de captura.

A Delegada Lisdeili Nobre tentou falar com o juiz Alexandre Passos, mas ele não foi localizado.

Promotores Aline Salvador e Olivan Costa Leal responsáveis pelo M.P.

Fatos:

30 detentos, divididos em quatro celas, enquanto a capacidade da delegacia são para oito',...

'Nós estamos vulneráveis. Só há aqui na delegacia um delegado, um escrivão e dois agentes, para cuidar diariamente da segurança da cidade e destes 32 detentos, sendo dois menores em um quartinho da delegacia acusados de cometer um homicídio na cidade'...

'Além deles não serem julgados pela justiça e ficarem até mais de um ano aqui na delegacia

Danos:
O grupo queimou colchões, quebrou paredes, arrancou as grandes de duas celas e fez reféns dois companheiros
...

Percebam

Temos autoridades que sabem perfeitamente da situação desta e única Delegacia,e os riscos aos quais estão expostos estes agentes de segurança.
Em relação aos presos ( Vale lembrar que dia 10 de Dezembro foi o Dia Internacional dos Direitos Humanos ).
Autoridades andam armados pela cidade, inclusive dentro do Forum, possuém seguranças, Algumas autoridades comentam" A cidade é muito perigosa ".

e nós, os cidadãos como ficamos? Desarmados?
Sairão certamente algumas autoridades de licença " qualquer coisa " ou de férias " não merecidas ", em seus postos na cidade certamente como é usual durante o verão, não se encontrará um promotor, nem um juiz, talvez o mais próximo esteja a 65 km de Itacaré.

E então os moradores e os turistas não terão à assistencia necessária e vital durante suas férias, como sempre.

Na gestão do outro Delegado Djalma Napoleão Picado, presos doentes se amontoavam, colchões foram queimados para combater doenças, presos foram impedidos de procurar assistência médica, um inclusive com séria DST.

Podem imaginar 30 presos no espaço que não comportam 10? No calor da Bahia? Sem saber quando terão assistência jurídica? Sem saber de suas sentenças? Alguns ficaram meses para depois receberem uns" papeluchos como dizia este delegado " enfim despachos que eram inocentes. Vão reclamar a quem?

Nova delegada assumiu neste ano, mas não pode fazer milagres,nem consegue coletes e alimentação para os agentes que vão nos dar segurança neste verão e agora tem a delegacia destruída...

Orgãos superiores de Justiça e de Segurança do estado da Bahia sabem o que acontece na cidade de Itacaré, inclusive sabem por mim por inúmeros emails e fax. O descaso, o abuso, a prevaricação, a desumanidade é chocante e horrorizante. Mas nada fazem, não tomam providências e muito menos respondem, não retornam ligações.
Imbatíveis são neste jogo de poder e do silêncio!

Alguns chegam com boas intenções mas não basta, como dizem o inferno está cheio deles, é aqui está lotado.

Policiais fazem greve, Greve no legal ,Rebelião dos presos, mudam as palavras, mas é o sentimento de indignação, de desrespeito aos direitos que leva ao caos, a desordem ao sofrimento.

Corporativismos dizem alguns. "É assim mesmo "dizem outros, "a senhora se indispos com o outro promotor dizem eles", isto "aqui é um Mangue "dizem os advogados. Cumpra-se sentenças dizem eles em seus palácios ilusórios e desumanos.

Não são dignos de pisarem neste paraíso de Deus, o estão destruindo! Se não são capazes de honrarem seus cargos, os deixem! Fechem os portais da cidade e permitam que nos armemos contra os criminosos e contra alguns de voces que se igualam a estes!

Não queremos compactuar com seus desmandos, não vamos ficar calados com o que fazem contra seres humanos!
Deponham seus distintivos, deponham seus diplomas, suas togas e deixem lugar para os que não são covardes.
Queremos ouvir de voces que não capazes de nos dar segurança e vão deixar seus cargos!

Acabem com esta farsa com a qual nos submetem! Queremos segurança e justiça, se não são capazes de nos dar, abandonem seus cargos!
Não merecem o poder e a autoridade que vos damos!

Ana Maria C. Bruni
Itacaré -Bahia
Leia mais no Itacare News

A Corja Maldita

 E foi só um tempo

Quando lhes foi permitido

 que aplicassem seus golpes

 

E foi só um tempo

quando foi permitido

que se juntassem...

 

A Corja Maldita

 

E foi só um tempo

E este teve um intervalo

Quando então  foi revelado

Quem eram

seus ardis

suas devassidões

suas maldades

suas corrupções

 

E foi só um tempo

Quando foi revelado aos justos

Quem era a Corja

 

E foi dado um tempo

Para se redimirem

 

E foi dado uma chance

para se arrependerem

porém a  Corja continuou

soberba, implacável,má

 

e o tempo expirou

a voz não se calou

a punição os alcançará

 

Questão de tempos

 

Ana Maria C. Bruni

 

Os lugares mais quentes do inferno são destinados aos que, em tempo de grandes crises, mantêm-se neutros" Dante Alighieri

"No dia que renunciarmos ao medo da força bruta, aceitaremos nossa própria força espiritual".

"Quando um homem se submete a outro, através do medo, não está seguindo sua natureza; apenas aceita a lei que lhe é imposta através da força. Quem aceita o castigo injusto, quem se submete à força bruta do outro, ainda não alcançou o autoconhecimento".

"O perdão é a virtude dos bravos. Aquele que é forte o bastante para vingar um erro, também sabe perdoar no momento exato - e consegue reprimir seu desejo de vingança. Evidente que não se pode esperar que o rato perdoe o gato - mas não somos ratos".

"A força bruta sempre será derrotada no final. Já vi fracos enfrentarem os mais fortes apenas com o poder do espírito, que vence em todas as circunstâncias".


Na Marra, Não!

 

O que fazer quando a maioria de um Povo se descobre refém de uma minoria que, em nome de todos, pelas engendrações formais, assumiu um Estado e o manipula em função da sua continuidade no Poder, promovendo o atraso, causando a miséria, fazendo de tudo para não acontecer a alternância?

Ou a população se revolta e pela luta armada põe para correr os tiranos da ocasião e se os alcança os fuzila ou os enforca em praça pública ou, então, se ainda há alguma réstia de democracia e promessas de eleições livres, só resta agarrar-se à crença de que as urnas podem, traduzindo a indignação popular e fazendo valer a vontade da maioria, escorraçar do Poder a tirania de plantão.

O Povo só acreditou que o fascismo e seus abusos haviam acabado na Itália quando o cadáver de Mussolini foi visto dependurado de cabeça para baixo num posto de gasolina em Milão.

As atrocidades do nazismo só tiveram fim quando o mundo teve a certeza de que Hitler estava morto, ele que já escapara de atentados e, por isso, tinha aura de invencível.

Edson Vidigal**Ex-Presidente do STJ e Professor de Direito na UFMA

Leia mais no Migalhas

Mais Ministérios!

Lula sugere que secretarias especiais se transformem em ministérios
 
O presidente Lula sugeriu nesta segunda-feira que os ministros Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) e Nilcéa Freire (Políticas para as Mulheres) apelem para que suas pastas se transformem de secretarias especiais em ministérios.

A idéia, segundo Lula, é que a sugestão seja incluída na revisão do PNDH (Plano Nacional dos Direitos Humanos). Lula fez a sugestão durante a abertura da 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos, realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Mais no Vide Versus
...
Peguem o dinheiro dos futuros Ministérios, equipem nossa policia, reformem os presídios, agilizem o judiciário , coloquem mais defensores públicos e Cumpra-se a lei e nossa Constituição!
 
CUMPRA-SE !
 

Desembargadores Em nome do Espirito Santo

TJ-ES afasta desembargadores e proíbe contratação de parentes em cargos comissionados
 
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo decidiu nesta quinta-feira afastar dos cargos os três desembargadores presos na Operação Naufrágio, acusados de participação em um esquema de venda de sentenças. O Pleno também anunciou resolução que proíbe familiares de desembargadores de ocuparem cargos comissionados no Tribunal de Justiça. Medida cautelar obrigou os desembargadores Frederico Pimentel, que foi afastado da presidência do órgão, Elpídio José Duque e Josenider Varejão Tavares a deixarem seus cargos, mas eles vão continuar recebendo o salário de R$ 22,1 mil.

 
Leia mais no Itacare News
...
 
E os despachos e sentenças destes criminosos são legais? Quem foi prejudicado apelará ao Espirito Santo?
e continuamos pagando pelo nosso descaso e silêncio!?

Juizes & Juizes

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região condenou o juiz federal Salem Jorge Cury a nove anos e quatro meses de prisão por falsidade documental e coação no curso do processo. Ele também foi punido com multa e perda do cargo. O Tribunal condenou ainda o advogado e ex-diretor de secretaria da vara Federal de Jales Vander Ricardo Gomes de Oliveira a cinco anos e três meses de prisão e multa. De acordo com as denúncias, Gomes de Oliveira assinou ofícios, portarias, despachos e até sentenças em nome do juiz entre 2002 e 2003. Na denúncia, proposta em 2005, as procuradoras Mônica Nicida Garcia e Luiza Cristina Fonseca Frischeisen dizem que a prática era usual e tinha a autorização, concordância e orientação do juiz. Além disso, o juiz foi denunciado por ameaçar duas servidores da vara de Jales, obrigado-as a mentir em depoimentos à Polícia Federal.
 
...
Criminosos protegidos pelo poder, pelos seus títulos,togas, carimbos!
A Sentença maior os punirá!

Abmudos

 
Abmudos, ou aqueles que se calam diante dos absurdos

Por Dal Marcondes

A história humana é acompanhada desde suas origens pelos abmudos. Aqueles que assistem os absurdos sem nada dizer. São eles os responsáveis por grande parte dos males que assolam o homem. Não importa a cultura. Não importa a época. Abmudos estiveram presentes em todas as grandes catástrofes e convivem diariamente com dramas menores. Ficam quietos quando assistem infrações de trânsito, quando percebem que alguma coisa pode dar em confusão, sempre que é necessário interferir. Ou seja, calam-se diante dos absurdos. Alguns exemplos podem ajudar a definir melhor o que é um abmudo:

Uma pessoa caminha pela calçada e vê alguém estacionando um carro sobre a mesma calçada. Ao motorista não parece importar que estará colocando outras vidas em risco por obrigar os pedestres a fazerem um perigoso desvio pela rua movimentada. Uma situação de absurdo, mas o passante não se detém em sua caminhada, desvia-se pela rua e segue seu caminho. Não tem coragem de interferir, não tem a dimensão de sua responsabilidade de cúmplice, acredita piamente que não tem nada a ver com isso. Apenas no fundo roça-lhe um vago pensamento sobre como essa situação não aconteceria em um país desenvolvido.

Esse exemplo faz recordar a história contada por outro passante em outra calçada. Ia esse por uma rua em Genebra, na Suíça, quando presenciou uma cena que em terras tupiniquim pareceria insólita: apressado, seguia pela calçada um senhor bem aparentado, terno alinhado e um pequeno papel nas mão. Após uma olhada detida no papel, amassou-o e atirou ao chão. Poucos metros atras vinha um outro homem, mais jovem, que abaixou-se e apanhou o papel amassado. Exitou um pouco mas chamou o homem de terno. "Senhor, deixou cair um papel". A resposta foi seca: "Não o quero, é lixo". E o mais jovem respondeu: "Pois é, é lixo e a cidade também não o quer". Há os que vejam nesse exemplo apenas o fato de que a civilização existe na Suíça, o que é verdade, mas ela existe em todos os lugares onde os abmudos superam seus traumas e enfrentem os absurdos.

Quase sempre há leis coibindo os absurdos e quase sempre há um abmudo os encobrindo. Não podem, na maioria das vezes, ser taxados legalmente como cúmplices, mas são quase tão culpados quanto os que cometem os absurdos. Um pequeno jogo entre as palavras absurdo e abmudo pode explicar muito da trama psicológica que envolve a relação entre as duas personagens. Os absurdos (vistos aí como os sujeitos da ação absurda) agem como surdos diante dos apelos éticos e morais que deveriam coibir suas ações. Os abmudos, por acreditarem que suas vozes não serão ouvidas, calam-se. Esse círculo vicioso acompanha a humanidade desde seus primórdios.(Envolverde)
enviada por Dal Marcondes
 
Ana Maria C. Bruni
 
 

Alimentando os delírios da besta.

Alimentando os delírios da besta.
por Conde Loppeux de la Villanueva

Curioso observar os sintomas de uma doença historicamente repetida. Impressiona como a esquerda latino-americana alimenta a sanha psicótica do presidente da Venezuela Hugo Chávez. Os aspectos essenciais da democracia, como a divisão e independência dos poderes, estão completamente ausentes, dentre outros detalhes. As garantias individuais, o respeito às minorias e oposições e as liberdades civis, de opinião, de imprensa, estão virtualmente ameaçadas de extinção no país. Desde que Chávez fechou a RCTV, a maior rede de televisão do país e criou leis para prender jornalistas dissidentes, criticar o presidente se tornou perigoso. De fato, as manifestações pacíficas da oposição são dispersas na bala. E uma sociedade deprimida, refém de um delinqüente, espera o desfecho de uma guerra civil ou de uma ditadura oficializada.

Se na política interna, o país está dividido e a democracia arruinada, no âmbito externo, Chávez ameaça espalhar o caos em toda América Latina. Crime organizado, terrorismo, narcotráfico, além de uma corrida armamentista, ameaçam a paz no continente. As crises diplomáticas da Venezuela com os Eua, Colômbia, México e Espanha, revelam que tipo mitomaníaco está governando o país. Recentemente, o incidente com o rei da Espanha está ameaçado de sofrer uma retaliação. Contrariando a aliança que o governo de Caracas tem com o governo espanhol, Chávez ameaça confiscar as empresas e propriedades de espanhóis. Quase declarou guerra à Colômbia de Uribe, por causa das guerrilhas narcotraficante das Farcs. E já hostiliza a Guiana, numa crise de fronteiras. No entanto, a despeito de todos esses incidentes gravíssimos que ocorrem naquela pobre nação, e mesmo no continente, a esquerda, em peso, apóia o futuro ditador.

A sociopatia que acomete às esquerdas não é de hoje. A bajulação quase demencial que o movimento esquerdista revolucionário tem para com Chávez lembra muito o culto de Stálin nos anos 40 do século XX. A grande maioria da esquerda mundial sabia dos crimes assombrosos que ocorriam na União Soviética. Os expurgos do Partido, a arma da fome em massa contra a Ucrânia, o Grande Terror, as deportações de populações inteiras para a Sibéria, os campos de concentração Gulags, e a prisão de milhões de pessoas, além do genocídio puro e simples, eram todos conhecidos pelos militantes comunistas e socialistas. Porém, eles mentiram, omitiram a realidade. O casal de socialistas ingleses Webb dizia que a Constituição Soviética era a mais democrática do mundo e que Stálin era menos poderoso do que o Presidente dos Eua. Sartre negou a existência dos campos de concentração soviéticos. Bertold Brecht aprovou os expurgos do Grande Terror, nos famigerados "julgamentos-farsa" de Moscou. Ele ainda pregava a mentira consciente em nome das "verdades" comunistas. O poeta Louis Aragon exaltava os tchekistas da GPU, implorando a ação da polícia política soviética na França. E muitos artistas alimentavam a sanha do psicopata que governava o país, declarando Stálin o Guia Genial dos Povos! Za Stalina!

Mas não só os artistas e admiradores. Até mesmo o circulo do poder de Moscou também alimentava as sandices psicóticas de um louco. Nem que para isso custasse a vida própria deles. Um pouco antes da morte de Stálin, já havia um temor assustador de um novo expurgo dentro da própria nomenclatura soviética, um novo terror. Béria, Molotov, Mikoian, Krushev, e demais colaboradores dos crimes stalinistas, estavam marcados para morrer. O ditador mataria seus cúmplices, tal como matou a velha elite do partido bolchevique. Porém, a morte do tirano salvou os seus asseclas do extermínio. De uma hora para outra, o Guia Genial dos Povos foi expurgado da memória do Partido. Foi o último expurgado de sua própria tirania. A esquerda, que outrora rendia homenagens, como se fosse uma espécie de deus encarnado, cuspiu no cadáver.

A União Soviética, em 1953, era um país em frangalhos. Sentiu o assassinato de vinte milhões de seus cidadãos e a prisão em massa de outros milhões. Os campos de concentração estavam abarrotados de pessoas: quase três milhões de detentos. E o sistema totalitário tornava inviável qualquer prosperidade ao país, já que muitos quadros da indústria, das fábricas, das cidades e do campo estavam presos ou mortos. As leis criminalizavam a vida no país. Milhões de soviéticos foram presos ou mortos por coisas banais, como faltar ou atrasar-se ao trabalho numa fábrica, roubar uma espiga de cereal em épocas de fome, violar as leis de passaportes, criticar o governo, etc. Sim, a liberdade de ir e vir era inexistente na União Soviética. A população soviética tinha seus passos e suas residências controladas por passaportes, já que eram proibidos de sair de seus locais de trabalho e de habitação, sob pena de serem deportados para a Sibéria. Era uma nova espécie de servidão estatal, uma vez que o Estado impunha a obrigatoriedade do cidadão de permanecer em um local. Nas épocas mais ferozes da fome e da carestia de alimentos, em particular, a Grande Fome do Holomodor na Ucrânia, em 1932, os cidadãos do campo que fugiam para as cidades eram mandados de volta aos locais da fome e acabavam morrendo no local de origem. Stálin mandou fechar as fronteiras para eles. Isso custou a vida de seis milhões de soviéticos de inanição.

Nem por isso, uma parte do Partido Comunista se deixou levar pela mudança repentina do pensamento de sua mais alta burocracia partidária. Stalinistas fanáticos chegaram a romper com o Partido de Moscou e aderiram aos modelos socialistas mais tresloucados, violentos e radicais. Muitos chegaram a aderir à China de Mao Tse Tung, a Albânia de Enver Hoxa e mesmo Pol Pot, do Camboja, com suas famas de tiranias absolutistas e sanguinárias. A ditadura comunista chinesa matou 70 milhões de seus cidadãos; Pol Pot, em três anos de regime totalitário, exterminou 25% da população do Camboja; e Enver Hoxa, com sua ditadura pró-stalinista, fez da Albânia o país mais pobre da Europa. Era a Coréia do Norte do Leste Europeu. A Albânia e a China eram objetos de grande admiração de João Amazonas, até então, presidente do Partido Comunista do Brasil. O mesmo Partido Comunista que, junto com o PT, apóia Chávez e todos os movimentos revolucionários criminosos que despontam na América Latina.

A história dos movimentos revolucionários não muda muito neste ponto. A mesma demência, a mesma megalomania pelo poder, o mesmo culto dos ogros filantrópicos que se tornam monstros reais. As mesmas mentiras encontradas em Stálin e outros congêneres de tiranias socialistas, agora refletem no apoio aos governos da Venezuela, Bolívia e Equador. Inventam-se simulacros de democracia para disfarçar os despotismos. È surpreendente pensar que os comunistas, notórios inimigos das chamadas "democracias burguesas", ou do Estado de Direito Democrático, façam cerimônias sobre a legalidade das eleições fraudulentas na Venezuela e outros demais países. Isso porque, o que está sendo julgado é a existência mesma das liberdades civis destas nações. Os comunistas estão querendo que o povo vote em favor da sua própria escravidão. Em nada difere do que Hitler fez com os alemães, ao legalizar a ditadura nazista, ou mesmo a farsa eleitoral dos países do Leste Europeu, quando os Partidos Comunistas subjugaram esses países em ditaduras sangrentas. O assustador é a defesa maciça de setores jornalísticos e intelectuais às loucuras do chavismo e demais processos totalitários no continente. Alimentam os delírios da besta para uma completa destruição. É o niilismo que ressurge em nossos tempos. A América Latina está sendo governada por psicopatas, dentro da loucura coletiva dos povos. Há Stálins ao redor de nós. A Venezuela é apenas um pequeno palco de grandes tragédias.
 
Dezembro 03, 2007

DEMO DURA

Como chamaríamos estes tempos de violência, impunidade, escândalos, morosidade?
 
DEMO DURA?.
 

A mesma imagem em outra visão!

Vejo um céu zangado. Muito zangado conosco!
 
Arma seus astros para nos advertir!

A violência contra a mulher só poderá ser enfrentada com o envolvimento de toda a sociedade

Homens são foco de campanha contra violência doméstica

A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, lança hoje (31), às 9h, no Carlton Hotel, a campanha Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Será apresentado na ocasião o site www.homenspelofimdaviolencia.gov.br.

A iniciativa brasileira conta com o apoio de agências da Organização das Nações Unidas (ONU) - o Fundo das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Instituto Papai, o Instituto Promundo e a Agende - Ações em Gênero e Cidadania.

O nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o primeiro da lista de líderes de todos os setores da sociedade comprometidos com o fim da violência contra as mulheres. Imagens e depoimentos dos líderes nacionais já estão registradas no site coletor de assinaturas.

Segundo a secretaria, é a primeira vez que uma campanha mundial e nacional relativa à violência de gênero tem foco nos homens, por compreender que a violência só poderá ser enfrentada com o envolvimento de toda a sociedade. Ao aderir à campanha, por meio da coleta assinaturas, os homens se comprometem publicamente a contribuir com a implementação integral da Lei Maria da Penha (11.340/06) e a efetivação de Políticas públicas que visam ao fim da violência contra as mulheres.

A campanha já foi lançada mundialmente (Unite to End Violence Against Women) pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em fevereiro deste ano.

Agência Brasil

HUMANOS

Vêem os riscos e se calam!
Escutam os apelos e não se manifestam!
Compactuam silenciosos com criminosos e não os denunciam!
Observam a corrupção e se calam!
Vêem abusos contra os direitos humanos e não apóiam!
Vêem os princípios morais da sociedade se esfacelando e acham graça!
Vêem desastres eminentes ecológicos e silenciam!
 
Curiosamente, quando o solo está impregnado e quando mortos e a dor  cobrem o solo brasileiro , se unem em mutirões, em passeatas, em protestos!
 
Não aliviarão suas consciências, nem expiarão suas culpas àqueles cúmplices do descaso, da desidia, da omissão!
 
Manchas de óleo! Manchas de Sangue! Manchas de dor sempre mancharão as máscaras dos que disseram " E eu com isto ?"
 
Ana Maria C. Bruni
 
 
E disseram um ao outro: Porventura não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha as Escrituras?" Lucas 24.32.

Protejam-se!

 
 
 
 

Estupro: crime sem atenuantes

Estupro: crime sem atenuantes

Pressupor que só a violação seguida de morte seja hedionda é ignorar como as mulheres descrevem a experiência

Debora Diniz e Janaína Penalva*

O estupro é um crime contra a integridade, dignidade e intimidade das mulheres. É a principal expressão da violência de gênero, pois é um crime de homens contra mulheres. Ao contrário do que se imagina, o estupro é um crime doméstico, cujos autores são homens das relações familiares ou sociais das vítimas. Os violentadores são maridos, namorados, parentes ou vizinhos, personagens que quase impossibilitam a denúncia e a enunciação pública do crime. O imaginário social pressupõe falsamente que o estupro é um crime que ocorre de forma inesperada, entre homens e mulheres desconhecidos entre si. Como regra geral, não há acaso no crime de estupro: o agressor conhece profundamente sua vítima e o silêncio é o principal cúmplice do estuprador - do seu lado, está a vergonha, o medo e a humilhação da mulher violentada.

Não é fácil denunciar um crime de estupro. Ao denunciar o agressor, a vítima torna pública sua intimidade, também violando sua privacidade e dignidade. Mas ele é um crime persistente à vida social. Há estupro em todas as sociedades conhecidas. Onde há desigualdade entre homens e mulheres, há violência de gênero e o estupro é sua expressão mais perversa. O estupro é a posse do corpo feminino em nome do desejo masculino. Há violência física, moral e psicológica, mesmo que as marcas corporais não sejam as do castigo kafkiano. A violência está na posse rejeitada e não apenas nas lesões físicas a serem averiguadas pelo olhar inquisitorial da perícia policial. É neste contexto de desigualdade de gênero que o Supremo Tribunal Federal interpreta o estupro como um crime hediondo - um qualificador de crime bárbaro à violência sexual de homens contra mulheres. No entanto, recentes decisões do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo contestaram esse entendimento. A tese concorrente é de que somente o estupro seguido de morte ou de lesões corporais graves qualificaria a violência sexual como hedionda.

É possível analisar por três caminhos distintos essa contestação moral sobre a qualificação do estupro como crime hediondo. A primeira delas parte de uma crítica à própria classificação da hediondez. Definir um crime como hediondo é discriminar os sentidos atribuíveis aos delitos e aos castigos. Como forma de lidar com os impasses da violência que provoca os limites do convívio social, a hediondez é categoria que interroga os sentidos da igualdade. Um crime hediondo é um crime distinto. O autor desse ato está em uma posição singular no sistema penal, por isso esse qualificador de sua conduta exige o castigo máximo, a mais dura resposta da lei. Muito embora essa crítica tenha uma força argumentativa considerável para a aproximação entre os direitos humanos e o direito penal não é esta a matriz que justifica as recentes decisões do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O que está em discussão não é uma recusa do dispositivo "hediondo" em nosso marco penal, mas sim a rejeição da classificação do estupro como crime hediondo.

O segundo caminho não questiona o qualificador "hediondo" para os crimes bárbaros; apenas contesta seu uso para caracterizar o crime de estupro. Para o crime de estupro ser hediondo é preciso que a mulher morra ou sofra lesões corporais graves. Essa foi a tese adotada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - estupro sem morte ou sem lesões corporais graves não é um crime hediondo. Há dois equívocos argumentativos nesta tese. O primeiro é o que supõe ser possível um crime de estupro sem grave lesão. Estupro pressupõe alienação do corpo, a posse violenta da mulher pelo agressor. Todo estupro envolve lesão grave, mesmo aquele que não deixa cicatrizes para o olhar pericial. Mas o segundo equívoco é ainda mais delicado, pois parte de uma falsa neutralidade de gênero para a matriz de crimes e castigos no direito penal. No estupro, as vítimas são mulheres, os agressores são homens. Pressupor que somente o estupro seguido de morte seria hediondo é ignorar como as mulheres descrevem a experiência da violação de seus corpos - muitas preferem a morte à sobrevivência humilhante de terem sido despossuídas da dignidade e da privacidade.

Por isso, o terceiro caminho - e certamente o mais desafiante para essa controvérsia moral - é o que reconhece a existência do qualificador "hediondo" em nosso marco penal e provoca o sistema classificatório para o julgamento dos crimes e castigos. Por que somente estupro seguido de morte ou quase morte seria um crime hediondo? É possível definir previamente qual crime é bárbaro: a morte ou o estupro? Se sim, a resposta das mulheres é que tanto o homicídio quanto o estupro são atos violentos contra a integridade, a privacidade e a vida. Mas apenas as mulheres são vítimas de estupro. Sendo assim, pressupor que somente o estupro seguido de homicídio ou de lesão corporal grave seria crime hediondo é ignorar as relações de gênero envolvidas neste crime - de um lado, estão os homens como agressores, e, de outro, sempre as mulheres como vítimas. Há uma motivação de justiça para qualificar o crime de estupro como hediondo: é garantia de proteção às mulheres, de rompimento do silêncio, de afirmação do caráter perverso da desigualdade.

É possível descrever as decisões conflitantes como uma controvérsia penal sobre como classificar o estupro no repertório dos crimes e castigos. Nesse raciocínio, esse seria um tema de interesse para juristas e advogados, uma peça de hermenêutica jurídica que desafia a interpretação do Poder Judiciário. Mas o debate é também sobre como garantir a igualdade entre homens e mulheres para o enfrentamento do crime de estupro. É principalmente uma controvérsia sobre como nosso pacto político descreverá o crime mais aviltante à dignidade, privacidade e intimidade das mulheres. O que está em discussão não é apenas a proporcionalidade entre crimes e castigos em um marco penal, mas sim o lugar que o estupro ocupará em nosso sistema classificatório dos crimes para a promoção da igualdade das mulheres. Assim, afirmar que o estupro é um crime hediondo significa rejeitá-lo visceralmente por uma ordem penal que não é neutra em matéria de gênero. É uma subversão à ordem penal masculina que falsamente pressupõe uma neutralidade de gênero para a tipificação dos crimes e castigos.

*Pesquisadoras da Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero da Universidade de Brasília

http://txt.estado.com.br/suplementos/ali/2008/11/16/ali-1.93.19.20081116.12.1.xml

Ah! Se eu pudesse!

Ah! Se eu pudesse!


Olhar para trás e virar sal!
Ah! Se eu pudesse!

Meus olhos não suportam mais tanta violência!
Tantos crimes, sofrimento, mortes, dores!
Meus ouvidos não suportam mais escutar
Tantos lamentos, gritos, choros!
Tanta indignação e tristeza!
Minhas mãos são poucas para acarinhar os sofredores!
Meus braços não conseguem abraçar a todos!
Meus pés , em chagas, não caminham mais em busca de auxílio!

Ah Se eu pudesse !
Olhar para trás e virar sal!

Meus sentidos estão impregnados
Cancerosos se tornam!
Repudiam a vida!
Repudiam os DNAS pelos quais foram formados!

Não escapo deles, fazem parte de meus genes,
me adoecem.
Me consomem. Os sinto!

Ah se eu pudesse!
Olhar para trás e virar sal!
Veria antes disto esta civilização
posta a secar, estagnada para sempre no sal
E eu me misturaria ás águas do mar e
Banharíamos os continentes os depurando
os depurando

AH! Seu eu pudesse!
Olhar para trás e virar sal!

Ana Maria C. Bruni

Territorio Mulher

 

www.territoriomulher.com.br

 

http://dois-em-cena.blogspot.com/2008/06/ana-maria-bruni-se-superou.html